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quinta-feira, 17 de março de 2011

A história de Noé

A Alice veio à janela
Com o cão e o gatinho
Dar de comer aos pardais
Que ali tinham feito ninho.

A Bíblia tem as histórias
De que a Alice gosta mais,
Como a história de Noé
Muito amigo de animais.

Naquele dia de chuva,
A Alice resolveu lê-la.
Mas logo ouviu de mansinho,
Alguém bater na janela.

Abriu, e um pombo correio
Na sua frente poisou
Com uma carta que a Alice,
Em voz alta, soletrou:

“Minha querida Amiguinha,
Onde gostavas de estar
Agora? Lê, que a leitura
Até lá te há-de levar.”

Olhando a capa do livro
Que segurava na mão,
A Alice viu-o acender-se
Como a sua televisão.

Viu, então um povo antigo
De pecadores perversos,
Que em vez de louvar a Deus,
Gritavam horríveis versos:

“Quem é que há tão mau assim?
Como nós não há ninguém!
Viva o mal! Abaixo o bem!
Descendemos de Caím:
Nosso mal já não tem fim
Pelos séculos ámen.”

Ao ver o que eles faziam,
O próprio Deus pensou, triste:
“Vou lavar a Terra inteira
Desse mal que nela existe”.
Mas a Noé e à família
Que tinham bom coração,
Mandou fazer uma arca
Para sua salvação.

Quando Noé finalmente,
O seu trabalho acabou,
Foi buscar os animais
Como o Senhor lhe mandou.

Juntou um macho e uma fêmea
De cada espécie animal:
Grandes, pequenos, selvagens,
Não faltou nenhum casal.

Todo o povo mau se ria
Pois o mar não estava perto
E Noé fizera a arca
Mesmo num lugar deserto.

Até parece que Deus,
Ao ouvir, chorou de mágoa
Pois deixou cair a chuva
Que inundou a Terra de água.

Ao fim de quarenta dias,
O deserto fez-se mar.
Mas Noé com a família,
Conseguiram escapar.

Casas, árvores, montanhas –
A água tudo cobria!
Deus lavava o mal da Terra,
Como disse que faria.

Só depois de quatro meses
Voltou o vento a soprar.
Então as águas baixaram
E começou a secar.

Sobre os montes de Ararat,
Enfim, a arca parava.
Noé soltou uma pomba
Para ver onde poisava.

Mas logo ela regressou
Sem terra ter encontrado
Soltou-a de novo, e trouxe
Um ramo recém-brotado.

Mandou-a mais uma vez,
Nunca mais apareceu
E Noé teve a certeza:
“A vida já renasceu”.

Deixou passar sete dias
Para a terra secar mais.
Depois, destrancou a arca
E soltou os animais.

Toda a família, feliz,
Acabada aquela prova,
Desceu com os animais
Para a terra agora nova.

Então, cada criatura,
A seu modo, agradecia
E louvava a Deus, saudando
A chegada desse dia.

Patos, lobos e girafas.
Burros, esquilos e ladinos,
E corujas, com voz diferente,
Cantavam os mesmos hinos.

Leões, porcos e pardais
Respondiam… E Noé,
Com toda a sua família
Deu graças a Deus com fé.

E Deus disse: - “Nunca mais
Darei esta maldição.
Sempre haverá dia e noite
Com Inverno e com Verão.”

E para nós nos lembrarmos
Dessa promessa de amor,
Deus fez brilhar o arco-íris
Cheio de luz e de cor.

A Alice fechou o livro
E disse: É mesmo verdade!
A história que agora li
Tornou-se realidade!

Quando por fim regressou
Daquela história, que leu,
Já não chovia… e brilhava
Um arco-íris no céu!

Ao ir para a catequese,
A Alice pôs-se a cantar
Ao Senhor, pela beleza
Do céu, da terra e do mar.

“Oh Senhor, muito obrigada
Por me trazeres nos braços
Como filha, e me livrares
Dos males e dos fracassos.

Com a história de Noé,
Aprendi esta lição:
Deus gosta de toda a Terra!
Vou amar a criação!”

autora: Alice Joyce Davidson

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